Como um fantasma voador da Zona Negra, um avião charter DC-4 aterrou em Caracas, na Venezuela, em 1992, com 57 passageiros a bordo… 37 anos depois de ter desaparecido num voo de Nova Iorque para Miami, em 1955! No entanto, minutos depois, o avião fantasma descolou de novo e desapareceu nas nuvens! Depoimentos de testemunhas oculares e gravações de conversas via rádio entre o piloto e a torre de controlo sugerem fortemente que esta aterragem nocturna foi, afinal, real.
O testemunho dos controladores do aeroporto que viram o incidente é consistente”, afirmou o Vice-Ministro da Aviação Civil, Ramon Estovar. Mas o argumento decisivo, segundo Estovar, é um pequeno calendário de 1955 que o piloto atirou para a pista segundos antes de o DC-4 descolar e desaparecer.
Eu vi o avião… Ouvi a voz do piloto. Até segurei o calendário na mão, mas ainda não consigo acreditar”, disse Juan de la Corte, que podia ver claramente o que estava a acontecer a partir da sua posição na torre de controlo. – As pessoas a bordo ainda pensavam que estávamos em 1955 e que tinham aterrado na Florida. Mas não era nada disso. Só Deus sabe onde tinham estado todos estes anos.
Segundo de la Corte e outros despachantes, aperceberam-se de que algo de sobrenatural se passava quando um avião a hélice que não aparecia nos ecrãs de radar começou subitamente a aproximar-se do aeroporto.
Vimos o avião com os nossos próprios olhos, mas não era visível no radar”, disse de la Corte. – Pedimos ao piloto que se identificasse e ele respondeu pelo rádio: “Onde estamos?”. “Não sei”, respondemos. A sua voz parecia assustada e confusa, mas acabou por dizer que estava no voo charter 914 de Nova Iorque para Miami, com uma tripulação de quatro pessoas e 57 passageiros a bordo.
De acordo com a sala de controlo, fez-se silêncio na sala de controlo depois de o piloto ter dito estas palavras. Toda a gente ficou atónita. O destino do voo 914… Miami. A 1800 quilómetros de Caracas.
Respondi ao piloto: “Aqui é Caracas, Venezuela…… América do Sul”. Depois perguntei: – “Estão em perigo?” Não houve resposta e libertei o corredor para a aterragem do avião. A aterragem decorreu na perfeição. Quando estava a começar a pensar que tudo estava a correr bem, ouvi o piloto dizer ao seu copiloto: “Jesus Cristo, Jimmy! Que raio é aquilo?” Eles olharam para o avião e imaginaram que era uma nave espacial.
Segundo de la Corte, o piloto disse que a aterragem no Aeroporto Internacional de Miami estava prevista para as 9:55 da manhã do dia 2 de julho de 1955.
– Depois ouvi-o dizer: “Há algo de errado aqui.” Comuniquei ao avião pelo rádio: – “Capitão, aqui é o Aeroporto Internacional de Caracas. Hoje é 21 de maio de 1992.” Ele gritou: “Oh, meu Deus!” Ouvia-se a sua respiração pesada. Tentei acalmá-lo, dizendo-lhe que a equipa de terra estava a caminho.
Segundo de la Corte, quando a equipa de terra e o avião de reabastecimento se aproximaram do avião, o piloto gritou para o rádio: “Não! Não se aproximem mais! Estamos a sair daqui!” Mais tarde, o pessoal de terra do aeroporto relatou ter visto os rostos dos passageiros encostados às janelas. O piloto abriu a janela do cockpit e fez-lhes sinal para que saíssem.
– Ele estava a acenar com uma pasta”, disse de la Corte. – O calendário deve ter caído da pasta, como viemos a descobrir mais tarde. O piloto ligou os motores e o avião descolou.
As autoridades da aviação civil apreenderam todos os registos de voo e a agenda recuperada e continuam a investigar o incidente.