Afadista Estela Alves, 92 anos, morreu na passada terça-feira, em Lisboa, informou hoje o Museu do Fado.
A fadista que fez êxitos como “Ou Tarde ou Cedo”, escrito por Jerónimo Bragança e Nóbrega e Sousa, manteve-se em atividade até à década de 1970.
Estela Luísa Paulo Alves, de seu nome de registo, nasceu em Lisboa a 15 de dezembro de 1930.
A intérprete de “Eu canto p’ra Toda a Gente” (José Mariano/Jaime Santos) fez parte do elenco de várias casas de fado, designadamente da Adega Mesquita, onde atuou nas décadas de 1950 e 1960, e participou em diversos programas de rádio e televisão, tendo efetuado várias digressões no Brasil.
Na RTP participou numa série coordenada pelo fadista João Ferreira-Rosa (1937-2017) realizada no Palácio de Pinteus, em Santo Antão do Tojal, nos arredores de Lisboa. A fadista fez teatro tendo protagonizado a peça “Severa”, de Júlio Dantas.
O seu legado discográfico foi registado com os ‘selos’ da Alvorada e da Polydor.
A fadista foi acompanhada, entre outros, pelo quarteto de cordas de Raul Nery, que, além do guitarrista, era constituído por José Fontes Rocha, Joel Pina e Júlio Gomes. Na Adega Mesquita foi acompanhada por Joaquim do Vale e Ilídio dos Santos, recorda o Museu do Fado, referindo que várias gravações suas estão disponíveis no Arquivo Sonoro Digital, alojado no seu ‘site’.
A fadista efetuou também gravações acompanhada pelo Conjunto de Guitarras de Jorge Fontes, formado por Fontes, António Chainho, José Maria Nóbrega e Raul Silva.
Do seu repertório constam, entre outros, “Pouca Sorte Deus me Deu” (António Vilar da Costa/Nóbrega e Sousa), “Contradição” (Mário Junqueiro), “Não Quero” (Fernando Farinha/Alves Coelho Filho).
As exéquias da fadista realizam-se na sexta-feira, a partir das 09:30 na igreja de S. João de Deus, em Lisboa, de onde sai o funeral pelas 11:00 para o cemitério do Alto de S. João.